História do Jiu Jitsu

Jiu-Jitsu
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IdeogramasJiu-jitsu ou jujutsu (jūjutsu 柔術 - arte versátil, suave) é uma arte marcial japonesa que utiliza golpes de articulação, como torções de braço, tornozelo e estrangulamentos, para imobilizar o oponente. Inclui também quedas, golpes traumáticos e defesas pessoais, como saídas de gravata, esquivas, contra-golpes etc.

Basicamente usa-se o peso e a força do adversário contra ele mesmo. Essa característica da luta possibilita que um lutador, mesmo sendo menor que o oponente, consiga vencer. Outra característica marcante o diferencia de outras artes: suas avançadas técnicas de luta de chão, com a qual é possível finalizar um adversário por meio de uma queda e usando-se torções com ambos deitados


Apesar de se tornar mais popular no Japão, a história do jiu-jitsu começou na Índia ( segundo algums historiadores por isso a cognominação "o berço das artes marciais"), há mais de dois mil anos. Os monges indianos eram proibidos, pela religião, de se defenderem com armas. Mas em suas longas caminhadas, eram atacados por bandidos das tribos mongóis do norte da Ásia, nascendo então a necessidade de defesa corpo-a-corpo.

Conhecedores de pontos vitais do corpo, desenvolveram um tipo de defesa especial para o tipo físico do seu povo, franzino e de baixa estatura. Essa espécie de embrião do jiu-jitsu acabou atravessando as fronteiras da China, onde suas técnicas também foram desenvolvidas como um sistema de defesa, até alcançar o arquipélago japonês, lá desenvolvido e praticado apenas por nobres e samurais.

Antigamente havia vários estilos de jiu-jitsu e cada lutador tinha seu estilo próprio. Por isso o jiu-jitsu era conhecido por vários nomes, tais como: kumiuchi, aiki-ju-jitsu, koppo, tai-jutsu, gusoku, oshi-no-mawari, yawara, hade, jutai-jutsu, shubaku e outros.

No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de jiu-jitsu, cada qual com características próprias. Alguns davam mais ênfase às projeções ao solo, torções e estrangulamentos, ao passo que outros enfatizavam golpes traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de artes marciais conhecidas atualmente de acordo com suas características de luta, entre elas o judô, o caratê e o aikidô.

Por muito tempo, o jiu-jitsu foi a luta mais praticada no Japão, até o surgimento do judô, em 1882. O jiu-jitsu era tratado como uma das jóias mais preciosas do Oriente. Era tão importante na sociedade japonesa que chegou a ser _ por decreto imperial _ proibido de ser ensinado fora do Japão e/ou aos não japoneses, proibição que atravessou os séculos até a primeira metade do século XX. Era considerado crime de lesa-pátria ensiná-lo aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua moradia era incendiada. Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo Imperador Meiji (1867-1912), as artes marciais cairam em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta corporal. As artes de luta só tornaram a serem valorizadas mais tarde, quando o ocidente também já apreciava esse tipo de luta.

As principais escolas japonesas de jujutsu são:

Araki-ryu
Daito-ryu aiki-jujutsu
Hontai Yoshin-ryu
Sekiguchi Shinshin-ryu
Sosuishitsu-ryu
Takenouchi-ryu
Tatsumi-ryu
Tenjin Shinyo-ryu
Yagyu Shingan Ryu
Yoshin Ryu

No Brasil

Em 1917, Mitsuyo Maeda, também conhecido como conde Koma, foi enviado ao Brasil em missão diplomática com o objetivo de receber os imigrantes japoneses e fixá-los no país. Sensei da Academia Kodokan de judô, Maeda ensinou Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do jiu-jitsu desportivo brasileiro. Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de jiu-jitsu antigo, como Jigoro Kano, e foi essa a arte que ensinou ao brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô"[1]. Mas o certo é que o jiu-jitsu tradicional de muito difere do praticado no Brasil atualmente, o praticado no Brasil atualmente é exatamente igual ao Judô antigo, inventado por Jigoro Kano, porém com mais quedas e imobilizações.

Em Portugal

Actualmente ainda se pratica o jujutsu associado aos samurais do antigo Japão. Note-se que no caso dessa arte tradicional as palavras ju (flexibilidade, gentil, suave) e jutsu (arte) são diferentes das jiu-jitsu mais utilizadas para classificar o chamado jiu-jitsu brasileiro, criado pelos irmãos Gracie. Crê-se que essa vertente tenha sido propagada na Europa por Minuro Mochizuki.

No caso do jujutsu tradicional são utilizadas armas como o tanto (faca), o tambo (bastão), o kubotan ou kashinobo (semelhante a uma caneta), a tonfa (utilizada pelas forças policiais), o bo (bastão comprido) e a katana, entre outros.

Tendo a vertente de defesa pessoal, militar ou policial compreende técnicas de batimento, projeção, imobilização, controle, estrangulamento e reanimação, além de poder ser combinado com as técnicas de massagem terapêutica (shiatsu ou seitai).

A maior diferença entre os estilos tradicional e brasileiro talvez seja o uso de diferentes armas (bukiwaza) e também uma menor utilização da luta no chão no jujutsu tradicional, sendo que esse utiliza também técnicas de controle como o hojojutsu. Nessa arte também as graduações são diferentes, além de um maior vínculo aos usos e tradições japonesas. A ligação ao mestre é muito forte e são utilizadas com muita freqüências expressões e nomes japoneses no tocante às técnicas.

História do Jiu-jitsu Brasileiro em Portugal

O Jiu-jitsu chegou a Portugal em 1996 pelas mãos do professor Lauro Figueiroa, que foi com o objetivo de difundir o Jiu-Jitsu Gracie. Apesar de pouco ou quase nenhum recurso, conseguiu angariar bastantes alunos.

Em 1997 foi quando se realizou o primeiro capeonato da modalidade, realizado dentro da discoteca Bafureira Beach Club (antigo Scala), em S.Pedro do Estoril. Em 1998, o professor Lauro em conjunto com o Grupo SuperStar promoveu o primeiro confronto de Vale-tudo em Portugal, entre o o próprio professor, representando o Jiu-Jitsu e o Mestre Pichote, representando a Capoeira (Luta demonstração). Em 2000, houve a disputa do primeiro Cinturão português de Vale-tudo, entre o Lauro, contra o tricampeão Francês de Free-Fight, Eurico Soares. Luta vencida por Lauro por nocaute aos 30 segundos do primeiro round. Compareceram ao evento mais de 4.000.

Em 2001, em viagem ao Rio de Janeiro, o Lauro recebeu o convite do Grande Mestre Carlos Gracie Jr. para representar oficialmente a família Gracie em Portugal. Em 2002, devido ao grande crescimento do Jiu-jitsu em Portugal e à imigração de muitos professores de Jiu-jitsu, Lauro funda a Associação Luso-Brasileira de Jiu-Jitsu e realiza a 25 de abril deste ano o 1o Campeonato Nacional de Jiu-jitsu Brasileiro. Neste mesmo ano o Profº Lauro F. organiza e prepara a primeira seleção portuguesa de Jiu-jitsu, que viaja com ele para o Campeonato Mundial no Rio de Janeiro - Brasil, trazendo como resultado uma medalha de prata da atleta Carolina Prado e um quarto lugar. Em 2003, novamente o professor Lauro leva uma delegação portuguesa para o Campeonato Mundial no Rio de Janeiro - Brasil, trazendo mais uma medalha de prata da atleta Carolina Prado e no mesmo ano no Campeonato Master e Senior leva atletas onde conquintam uma medalha de ouro e outra de bronze.

Em 2004, a Associação Luso-Brasileira de Jiu-Jitsu dirigida pelo professor Lauro, em parceria com a Conderação Brasileira e a Federação Internacional de Jiu-jitsu, realiza o 1o Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu da historia e com grande sucesso conseguem a participação de atletas de mais de dez paises oriundos não só da Europa, como também das Américas e da Ásia.

Neste mesmo ano, Lauro passa a representar a International Budo Union e recebe o cargo de delegado para todo Brasil a convite do Grande Mestre Pedro Dabauza, nono dan de Jiu-jitsu tradicional.

Atualmente o Jiu-jitsu está espalhado por Portugal por conta de muitos alunos formados para o ensino do Jiu-Jitsu brasileiro, entre outros professores que imigraram.

Graduação

Jujutsu tradicional

As graduações são as seguintes:

6º Kyu (Rokkyu)- Branco
5º Kyu (Gokyu)- Amarelo
4º Kyu (Yonkyu)- Laranja
3º Kyu (Sankyu)- Verde
2º Kyu (Nikyu)- Azul
1º Kyu (Ikkyu)- Castanho
1º Dan (Shodan)- Preto
2º Dan (Nidan)- Preto
3º Dan (Sandan)- Preto
4º Dan (Yodan)- Preto
5º Dan (Godan)- Preto
6º Dan (Rokudan)- Vermelho e Branco
7º Dan (Shichidan)- Vermelho e Branco
8º Dan (Hachidan)- Vermelho e Branco
9º Dan (Kudan)- Vermelho
10º Dan (Judan)- Vermelho

Para iniciantes (juniores) as idades mínimas para cada graduação são as seguintes:

Branco- 5 anos
Branco / Amarelo- 6 anos
Amarelo- 7 anos
Amarelo / Laranja- 8 anos
Laranja- 9 anos
Laranja / Verde- 10 anos
Verde- 11 anos
Verde / Azul- 12 anos
Azul- 13 anos
Azul / Castanho- 14 anos
Castanho- 15 anos
Preto 1º Dan- 16 anos
Preto 2º Dan- 18 anos

Jiu-jitsu desportivo brasileiro

Adota-se as seguintes divisões do Jiu-jitsu desportivo brasileiro para seus praticantes, conforme suas experiências e habilidades:

Branca
Azul (até 4 graus)
Roxa (até 4 graus)
Marrom (até 4 graus)
Preta (até o sexto grau)
Preta e Vermelha (sétimo e oitavo grau. Título de mestre)
Vermelha (nono e décimo grau. O último grau foi dado somente aos criadores do jiu-jitsu brasileiro: somente mestre Hélio Gracie tem esse título ainda em vida)
O critério de graus na faixa vermelha é:

1º ao 3º - Três anos cada, nove ao todo;
4º ao 6º - Mais cinco anos cada, quinze ao todo;
7º ao 8º - Mais dez anos cada, vinte ao todo;
9º - Mais quinze anos.
10º - Inatingível.
Entre a branca e a azul, atletas menores de 16 anos usam:

Cinza (de 04 a 06 anos)
Amarela (até 4 graus)
Laranja (até 4 graus)
Verde (até 4 graus)